quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Criança brasileira é a segunda maior consumidora de cosméticos. Mas atenção: uso requer cuidados


 Brasileiro é vaidoso e isso não é novidade. O que ninguém imaginava é que as crianças brasileiras se destacariam tanto mundialmente neste cenário. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o país é o segundo colocado no ranking mundial de consumo de cosméticos pelo público infantil.

De olho neste nicho de mercado, as empresas se adequam cada vez mais para disponibilizar produtos voltados para este público, ávido por novidades. “A pele infantil é completamente diferente da pele adulta. Isto ocorre porque na infância não há a produção dos hormônios sexuais. Em contrapartida, as crianças em crescimento tem alta produção do hormônio do crescimento, o que favorece não só o ganho de estatura, mas que também confere à pele das crianças alta capacidade de regeneração”, explica Leandra Sá, farmacêutica da Farmacotécnica.

Entretanto, a especialista explica que a pele das crianças é mais sensível, porque os níveis de hidratação, oleosidade e pH, que influenciam a presença do manto hidrolipídico, são diferentes dos adultos. “A pele é mais fina e, além dos fatores inerentes à própria pele, a criança em desenvolvimento está também amadurecendo o seu sistema imunológico até determinada idade”, conta Leandra, explicando que o sistema imunológico imaturo favorece duas situações: ainda não tem a capacidade de defesa completa e pode ocorrer sensibilização mais facilmente.

A farmacêutica alerta ainda para alguns cuidados na hora de escolher o cosmético para a criança. “Quando manipulamos formulações destinadas a crianças, trabalhamos com fórmulas personalizadas de acordo com as características de cada criança – que obrigatoriamente precisa ter passado pela avaliação de um médico”, conta. “Além da intenção do tratamento, na Farmacotécnica, temos o cuidado de seguir as orientações disponíveis na legislação quanto ao ingrediente de cada veículo (cremes, géis, soluções, etc)”, contextualiza.

Mais do que isso, a Farmacotécnica se empenha em ir além do que a legislação exige e trabalha disponibilizando para a classe médica a possibilidade de utilização de loções, cremes e xampus dentro de um conceito de hipoalergenicidade e redução do potencial irritante. “Manipular produtos para o cuidado da pele infantil é um grande aliado do prescritor, pois podemos retirar das fórmulas substâncias como corantes, essências, conservantes e outras que são comuns aos produtos disponíveis para venda livre. A personalização minimiza todos os riscos possíveis”, afirma Leandra Sá.

Os cosméticos indicados para as crianças dependem mais da idade. Ainda assim, a farmacêutica garante que quando se trata de criança, “menos é mais”. “Tente restringir ao necessário o shampoo, condicionador e sabonete líquido. Cremes preventivos para assaduras, dentifrícios sem flúor para a higienização das gengivas e dentes são indicados, como também hidratação e fotoproteção, dando preferência à fotoprotetores sem filtros químicos, quando a criança estiver maior. Fixador, sprays e gel capilar também podem ser usados, desde que acima de três anos de idade e sob supervisão de um adulto”, orienta.

“E na hora de escolher o perfume, procurar opções sem álcool, com essências hipoalergênicas de acordo com a legislação vigente”, finaliza.


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