sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Condições de trabalho inadequadas incomodam docentes da FGA





Dando continuidade à série de reportagens sobre condições de trabalho na UnB, abordamos hoje a situação do Campus da UnB no Gama. Por ser a área nova, a infraestrutura não est...á completa, o que gera insatisfação aos docentes, servidores técnicos administrativos e alunos. Além disso, alguns docentes assinalam que é preciso melhorar os mecanismos de participação dos professores nas tomadas de decisão no Campus.

Segundo um professor, “quando é sol, há poeira; quando chove, há lama”. De acordo com outro docente, a poeira ocorre devido ao atraso na construção do estacionamento e a obras ao redor do campus. Por causa dela, vários alunos, servidores técnicos administrativos e professores queixam-se de problemas de saúde, tais como irritação na garganta e olhos lacrimejando.

Quando chove, pedestres e motoristas precisam passar por poças d’água no estacionamento para chegar ao campus. "Lama pura, carro que atola de vez em quando", afirma um aluno.

A retirada de areia num local próximo ao campus e a passagem de muitos caminhões transportando-a aumenta ora a lama, ora a poeira. Para piorar, há um intenso tráfego de veículos em estradas próximas não pavimentadas e muita poeira ainda associada às obras do BRT. Com isso, muitos acreditam que mesmo com a construção do estacionamento não se irá resolver totalmente o problema da poeira.

E as reclamações não param por aí. A percepção de insegurança é muito grande, pois o campus está localizado em local muito vulnerável e não possui cerca, nem controle de acesso. São comuns as notícias de arrombamentos de carros, furtos de aparelhos de som e de pneus, assim como furtos dos próprios veículos.

Há também reclamações em relação à falta de construção de novos prédios. No plano original do campus, havia previsão para que neste momento o campus contasse com mais edificações que as atuais. Isso gera uma escassez de espaço, que tem tido consequências. Um membro da comunidade menciona que há muitos equipamentos encaixotados que poderiam ser usados em disciplinas de processo de fabricação e usinagem, mas falta espaço para instalá-los. Outros apontam que a biblioteca é muito pequena e não há, portanto, muito espaço para estudar.

O diretor do campus, Alessandro Oliveira, disse que as obras para a construção da cerca começam nos próximos dias. "Eles falam que há possibilidade, ainda no final dessa semana, de que máquinas sejam deslocadas pra cá para começar essa transformação aqui na região, que não inclui só estacionamento, mas também o sistema de drenagem." Informa ainda que a pavimentação será realizada pelo BRT que construiu o Expresso DF.

Está prevista a construção de mais dois prédios no campus, porém, no momento, cogita-se a construção de apenas um. O diretor explica que deverá sair uma licitação dentro de cinco meses. Será um prédio de quatro andares e abrigará os laboratórios, onde o material encaixotado será instalado. "Nós já estamos no limite da estrutura instalada”, complementa Oliveira.

Outra reclamação é quanto ao processo de tomada de decisões no campus – muitos consideram que as decisões estão concentradas na direção e muitos professores se sentem alijados dos processos de decisão.

A professora Thaís Maia Araújo discorda de que os professores não participem das decisões na universidade. “Cada Curso de Engenharia tem seu grupo, cada grupo tem seu representante e cada representante participa de todas as decisões do Conselho e Colegiado. Os representantes comparecem às reuniões do Conselho e Colegiado. Não podemos dizer que não somos representados. Além do mais, as salas são coletivas, cada uma abriga sempre quatro professores, por isso sempre estamos sabendo do que está acontecendo”, pondera. Ela concorda que a biblioteca está pequena, os laboratórios funcionam, mas os alunos estão distribuídos em vários horários. Para as matérias obrigatórias, há salas.

O professor Adson da Rocha acredita que o fato do campus ter sido construído sem divisões de departamentos é positivo, pois a falta de “paredes” entre as áreas facilita a integração entre elas. Por outro lado, ele acredita que “é necessário agora que nós construamos mecanismos eficazes que permitam a maior participação de todos os docentes nas decisões e no processo de construção do campus”. Menciona que o desafio é construir esses mecanismos sem levantar paredes entre as áreas. O professor reitera que os sucessivos atrasos nas obras têm sido, sim, um grande problema para todos.

Para a professora Lourdes Mattos Brasil, o ambiente entre os colegas no campus Gama é ótimo, e só se ressente da infraestrutura material. “O roteador tem que ser substituído para melhorar a internet, há demora em consertar os retroprojetores, falta ventilação nas salas de aula, o que nos impede de fechar as portas das salas, e aí o barulho do trânsito e conversas perto das portas e janelas atrapalham as aulas. Vários colegas têm alergias por causa da poeira”, enumera Lourdes.

Davi Marinho, presidente do Centro Acadêmico do campus Gama, identifica alguns fatores que precisam melhorar. “Se um professor adoece, não tem professor substituto, a lama e a poeira são insuportáveis, o RU quando chove, não funciona, pois o teto é aberto em alguns lugares, assim muitas mesas estão estragadas”, reclama.

Alunos apontam que os que sentam nas laterais das salas de aula não enxergam os quadros por causa dos reflexos e os que se sentam nas últimas fileiras também não os enxergam, porque o piso fica mais baixo. Cada sala comporta cerca de 130 pessoas e alguns sugerem que os quadros deveriam ser mais altos, com tablado para o professor.

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