segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estudo inédito identifica perfil de infartados no DF e Entorno

Para analisar o perfil de risco de infartos da população do Distrito Federal e Entorno, mais de 800 pacientes do Hospital de Base de Brasília com infarto agudo do miocárdio são acompanhados, desde 2006, pela Coorte Brasília, em parceria com o Exame Laboratório e Imagem. A pesquisa Brazilian Heart Study identificou que 75% das pessoas que sofrem infarto são homens, 53% são hipertensos, 40% tabagistas, 51% sedentários e 51% têm síndrome metabólica, uma combinação de obesidade, pressão alta e glicose alta.
“É muito importante termos dados locais. Por isso, o laboratório apoia este estudo desde o princípio. Realizamos os exames laboratoriais porque acreditamos que, com esta pesquisa, teremos mais medidas de prevenção, diagnóstico, tratamento e prognóstico da doença”, ressalta Adília Segura, diretora-médica do Exame. O cardiologista e participante da Coorte Brasília, José Carlos Quinaglia, destaca que o apoio do laboratório é fundamental para realização do estudo. “Sem esta parceria não conseguiríamos dar continuidade ao projeto, pois os pacientes atendidos pela pesquisa fazem exames trimestrais e não teríamos recursos financeiros para arcar com estes custos”, enfatiza.
O coordenador da Coorte Brasília, Dr. Andrei Sposito, ressalta que os resultados deste estudo, o primeiro da América Latina, ajudam a definir os pacientes brasileiros com alto risco de infarto e a aprimorar a terapêutica dos pacientes infartados nos aspectos nutricionais, psicológicos e médicos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano no Brasil, sendo 820 óbitos por dia. Deste total, 34% das mortes são causadas por doenças cardiovasculares. Ou seja, o infarto do miocárdio é a doença que mais mata no mundo.

Além disso, a pesquisa identificou que a idade média dos homens brasilienses infartados é de 60 anos. Já a das mulheres é de 62 anos. “A média estabelecida pela literatura médica é de 69 anos. O sexo feminino, em Brasília, infarta sete anos mais cedo do que o comum”, comenta Quinaglia. O médico revela que este índice é causado pela falta de prevenção primária, ou seja, um tratamento precoce das causas da doença. “A mulher é subdiagnosticada, porque historicamente ela tinha menos infartos. Por causa disso, muitos médicos não valorizam as dores torácicas femininas e acabam associando o sintoma a outros problemas, o que resulta em maiores riscos de prognóstico”, esclarece o cardiologista.
Os sintomas mais comuns do infarto nos homens são dor no peito, falta de ar, suor excessivo, dores abdominais e náuseas. Já as mulheres sentem dores nas costas, no pescoço e no queixo, fadiga, cansaço, indigestão, queimação e enxaqueca. Para evitar o infarto Quinaglia dá a receita: não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e evitar o estresse.

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