terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista com o deputado distrital Wellington Luiz


O deputado Wellington Luiz(PSC) é brasiliense, agente da Polícia Civil do DF há 20 anos, ex- presidente do Sinpol. Nesta primeira legislatura exerce a função de Corregedor da Câmara Legislativa. Também é membro da Comissão de Ética e vice-presidente da CCJ. Em entrevista ao jornal DFNotícias fez um balanço de sua atuação  na  Câmara.
Quais são seus projetos para este ano?
São vários, mas o principal projeto é o combate ao tráfico de drogas, em especial ao crack. Vinculada a essa bandeira há várias outras, como as sociais. Criamos a Frente Parlamentar de Combate ao Crack e Demais Dependências Químicas.
Como essa Frente irá atuar?
A atuação será feita junto com a sociedade civil, junto com outros poderes, principalmente o Executivo. Já fizemos uma audiência pública a respeito do assunto e pretendemos fazer um fórum no mês de maio. Nesse fórum queremos a participação da sociedade e entidades organizadas que já trabalham com o dependente químico. A gente  quer ouvir as pessoas que têm esse tipo de problema em casa para  que possamos fazer um trabalho que surta resultado. Tenho procurado instituições para fazer parcerias. Durante muitos anos, a nossa cultura era que o combate só podia ser feito com a prisão de traficantes, porém chegamos a conclusão que estávamos errados. O nosso trabalho deve passar primeiro pela prevenção, segundo pelo tratamento e depois pelo combate. Se nós prevenirmos e tratarmos o dependente, o combate será uma ação menor. São ações necessárias que pretendemos implementar,  porque planejar, planejar, as famílias não precisam mais. Vamos agir.
Como estão as relações Câmara – Governo?
Estão razoáveis. Isso é um processo e acredito que cada dia vai ficar melhor. No início, foi um processo conturbado, mas através do diálogo, as negociações têm melhorado bastante. Acredito que possamos fazer uma parceria em prol da sociedade.
Diante das afirmações que os deputados estão trabalhando pouco, muitos dizem que estão visitando as bases, fazendo audiências públicas. O que de concreto as audiências públicas estão produzindo?
Uma das coisas que mais me engrandecem aqui na Câmara são justamente as audiências públicas. Através delas, nós parlamentares temos a oportunidade de ouvir o povo. Nós viemos exatamente para fazer a vontade do povo, então nós temos que ouvir a população. Brasília tem muitos problemas, talvez, porque no passado os administradores se fecharam em seus gabinetes e tomaram decisões sem ouvir a sociedade. Na audiência pública de Combate ao Crack, a participação do público foi grande. Ouvimos depoimentos de mães que falaram de suas dificuldades com relação a conviver com o filho dependente. Nós temos a prática de tomar decisões e informar o povo. Nisso as audiências públicas são fundamentais: servem para  que possamos tomar decisões a respeito do problema após ouvir a sociedade. Essa informação que o deputado só trabalha quando apresenta projetos e vota em Plenário é errada.
 Como está a atuação da Corregedoria?
No momento estamos aguardando o processo do deputado Benedito Domingos. Terça-feira passada foi lido, no Plenário, o requerimento da Mesa Diretora e estamos na expectativa que chegue para que possamos iniciar os nossos trabalhos.
A onda de denuncismo passou?
Até que a coisa passou. Não é isso que sociedade espera de nós. Eu estava extremamente constrangido com aquela situação.
 Os problemas envolvendo ‘os cargos’ foram sanados?
Estão sim. A tendência é que as coisas se acertem. Dessa vez o processo foi mais democrático. Há uma tendência  que as coisas se ajustem ao longo dos próximos dias.
A bancada da segurança é a maior na Câmara. Como o senhor vê a saída do Secretário de Segurança?
Eu pergunto: ao longo da minha experiência  como policial eu não tenho o que colaborar com a segurança pública? E aí, eu acho que houve um equívoco por parte do Secretário de Segurança com relação a participação dos parlamentares aqui da Casa. Todos nós gostaríamos de participar para fazer uma segurança melhor no DF e nós percebemos que ele estava meio inacessível. Meio, não, totalmente inacessível. O que sempre pretendemos foi somar forças, pois a violência atinge a todos nós. O que faltou ao Secretário foi um pouco de sensibilidade política.
A Polícia Civil está mais politizada?
 Eu não digo que está politizada, está mais exigente. Nós somos uma polícia que todos são de nível superior. Temos professores, advogados, engenheiros, dentistas, médicos e tantas outras áreas, muitos com várias especialidades. Digo que são questionadores. Isso eu senti na pele quando presidente do Sindicado dos policiais Civis. Mas afirmo que noventa por cento da categoria não quer saber de política, o que é um erro. O que há é um grau de exigência muito maior.
Existe alguma coisa na Câmara que não agradou ao senhor?
Não que me desagradou. Eu venho do Executivo, onde as coisas são mais dinâmicas, mais práticas. Ainda estou me adaptando a algumas ações que são lentas aqui, até por causa do regime. Às vezes temos que resolver um problema. No Executivo, você vai e faz. Aqui  você depende dos outros vinte e três colegas. Temos que discutir o assunto,  debater para se chegar a um consenso. O que demoraria no Executivo, vinte e quatro horas, na Câmara, demora vinte quatro dias ou vinte e quatro meses.
O que o senhor considera positivo?
A vontade dos parlamentares de representar com dignidade a sociedade. Eu percebo nas reuniões internas que todos estão preocupados com a opinião pública. Eu não quero meu nome envolvido em escândalos. Nós assistimos de camarote , no passado, o desenrolar  dos fatos, dos escândalos e nós não queremos errar. Nós sabemos o custo disso. Agora temos a obrigação de acertar, pois a população acreditou em nós.









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