A categoria é composta por 20 mil feirantes, só no DF e tem uma reivindicação para fazer ao Governo, no Dia Nacional do Feirante que é comemorado em 25 de agosto: ” O órgão que administra as feiras tem que ser dirigido por alguém do segmento e que entenda a realidade que enfrentamos no dia a dia, pede o presidente do Sindifeira.”
Para eles houve comemoração antecipada, no Sesc, da Ceilândia, porque segunda-feira(22), a maioria das feiras está fechada.
Para Valdenir Machado, do Sindifeira, oitenta por cento dos feirantes estão nas feiras, porque não têm emprego. “Feira, hoje, não dá dinheiro, mal dá para o feirante sobreviver com sua família”, afirma.
Muitas feiras possuem estabelecimentos que comercializam gêneros alimentícios, preservando a cultura alimentar do estado de origem dos moradores da cidade onde estão localizadas, portanto pratos típicos de diversas regiões são preparados e consumidos, principalmente aos domingos. É fácil saborear buchada, sarapatel, rabada, acarajé, tapioca , pastem, milho, açaí, pato no tucupi, churrasco e cachorro- quente apesar das poucas condições de preparar esses alimentos nas bancas em algumas feiras. “ Só como na feira aqui, pois tomo uma e mata qualquer micróbio”, brinca o administrador de empresas João dos Santos. E continua : “Mas as feiras poderiam ter melhor estrutura para a manipulação de alimentos. A Vigilância Sanitária deveria fiscalizar e orientar o pessoal.”
Ir à feira no domingo ou no sábado é diversão garantida para muitos, além da oportunidade de comprar frutas e verduras de bom preço e boa qualidade. “Aqui na Feira Modelo do Gama alguém precisa acabar urgente com essa reforma que se arrasta faz tempo. Nós sabemos onde comprar os melhores produtos e onde tem um preço bom. Acho que os próprios feirante poderiam se unir e arrumar tudo, se o governo deixasse. E depois é só manter. É divertido vir à feira”, avalia a contadora Maria Kátia Gonçalves.
Inaugurada em junho de 1984, com uma nova estrutura, a Feira Permanente de Ceilândia é referência, possui uma associação (ASFEC) bem organizada, com serviço de som que atende aos 460 boxes e é o ponto de encontro e referência da comunidade local e das demais cidades do DF. É o lugar onde o Nordeste do Brasil se encontra com o Planalto Central.
Outras feiras fazem história, como a do Guará e Planaltina. Para Antonio Arlindo, feirante de Planaltina, lá o movimento é bom e a feira é organizada: “Há um galpão que é separado para ferramentas, lanchonetes , utensílios, para celulares e nos outros galpões são para roupas e calçados e existe outro que comercializamos frutas. Tudo aqui é organizado.”
Algumas feiras são problemáticas quanto a origem dos produtos que são comercializados. Um exemplo é a Feira do Rolo, em Ceilândia. No local se vende e se troca de tudo. No princípio ela localizava-se em frente ao Quarentão (o atual Restaurante Comunitário da região), depois ficou ao lado da Regional de Ensino de Ceilândia, passou para a parte sul da cidade e hoje se encontra no Setor O. A maioria dos produtos tem origem duvidosa e é possível encontrar diversos tipos de produtos, com ou sem nota fiscal. É bastante movimentada aos domingos.
“Essa feira é o testemunho que a coisa errada prospera. Nenhum Governo conseguiu acabar com ela”, afirma o mecânico Josué Peixoto. Josué teve um celular roubado e foi à feira em busca de seu aparelho, pois o informaram que é comum venderem objetos roubados.
Por falta de legislação, todas as feiras apresentam problemas, segundo os feirantes, pois como é uma concessão, há serviços que eles não podem realizar. As feiras das cidades mais novas não têm cobertura, limpeza, estão localizadas em descampados com muita poeira. É o caso da feira de Arapoanga. Maria Helena, feirante reclama da falta de clientes:”Ninguém vem aqui comprar nada, porque comemos poeira o dia inteiro. Estou aqui ,porque sou brasileira e não desisto nunca, mas precisamos da ajuda do governo e do administrador, porque estamos há dezessete anos nessa luta e nada acontece.”
Na Feira dos Importados de Taguatinga os corredores são apertados, faltam banheiros, há pouca iluminação e o telhado é muito baixo. Nesta época o calor é insuportável, afastando os clientes na semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário