segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Trabalho social levanta autoestima das mulheres

A Lei Maria da Penha completou 5 anos, no dia 7 de agosto, e, embora todos os avanços conquistados após a criação da Lei, os números referentes a Violência Doméstica ainda impressionam. Atualmente, cerca de 630 mulheres participam das atividades e ações da casa.
Para auxiliar no combate a este crime, a Associação dos Amigos Solidários à Mulher de Sobradinho II realiza um trabalho de humanização com mulheres e crianças vítimas da violência doméstica. A iniciativa tem como objetivo dar apoio as pessoas que se deparam com a violência diária e que, muitas vezes, tem medo de denunciar ou, até mesmo, não conseguem encarar a realidade. Atualmente, cerca de 630 mulheres participam das atividades e ações da casa. Para se ter uma ideia, no Brasil, a cada 24 segundos uma mulher é espancada e 10 mulheres são assassinadas por dia!
As mulheres têm direito a uma vida sem violência. É isto que as mulheres da associação tentam passar para outras pessoas que sofreram agressão.
A associação já existe há nove anos e conta com o apoio da comunidade e de mulheres que já passaram sofreram violência. A fundadora da associação Geralda Florisbela, mais conhecida Bela, já foi vítima de violência e como consequência, entrou em depressão. Pouco tempo depois, Bela resolveu doar sua vida para cuidar de outras moças que passavam pelo mesmo sofrimento. A organização foi formada a partir de um grupo de moças que se encontravam com problemas de depressão. Elas se uniram e decidiram fazer a diferença na cidade, por meio de seu próprio trabalho. Desde então, realizam uma ação humanitária, auxiliando mulheres e crianças a seguirem suas vidas. A Associação também dá apoio em uma dos momentos mais difíceis, a hora de denúncia. 
“Bela” ressaltou que todos os dias recebem mulheres que sofreram agressão. Um dos grandes esforços do grupo é para que elas se sintam bem. Para isso, realizam um trabalho que começa com a recuperação da autoestima e que vai desde o embelezamento, à profissionalização. 
Ao chegarem à entidade, fazem as unhas e o cabelo, para levantar a autoestima. Na sequência, são encaminhadas ao psicólogo, que vai à associação a cada 15 dias. Em seguida, caso tenha interesse, pode participar de oficinas ministradas por 11 voluntárias (todas são vítimas de violência doméstica). As instrutoras reúnem histórias de sucesso e realizações.
Capacitação profissional
Atualmente, cerca de 630 pessoas frequentam a Associação de Mulheres de Sobradinho II afim de se capacitar, por meio de uma das oficinas de cabeleireiro, manicure e artesanato. As alunas atendem mulheres encaminhadas pelos serviços públicos, como os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e pelo Centro de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS).

Segundo Bela, o objetivo é promover a interação e a troca de experiências, pois esta é uma maneira de valorizar as mulheres, fazer com que se amem, sintam-se bonitas e, principalmente, dar a elas uma profissão. Para a fundadora, o trabalho que realizam é um pequeno, mas precioso estímulo. Coisa que muitas vezes as vítimas de agressão não encontram.
“Se a Lei Maria da Penha fosse aplicada de verdade, teríamos evitado muitas mortes. Mas essa luta não é só das mulheres, é de todos e todas que desejam um Brasil mais justo. E isso deveria ser prioridade para o governo. Fazemos a nossa parte, mas do que adianta o atendimento e a assistência oferecidos pela promotoria, se não há uma política eficiente de prevenção. A Lei protege, mas não previne. É preciso fazer um trabalho de conscientização e humanização nas comunidades. Só assim, vamos começar a obter resultados satisfatórios. Acredito que as crianças são o reflexo dos pais. Portanto, é preciso se educar desde cedo, seja em casa e na escola”, salientou Bela. 
Arte e dança
As mulheres podem ser vítimas de abuso físico ou mental em seus ciclos de vida, como por exemplo, na infância, adolescência, durante a fase adulta e, até mesmo, na velhice. A Associação preocupa-se com o elevado índice de crianças e adolescentes envolvidos com entorpecentes, álcool, vítimas da violência e que se encontram em situação de risco social. Então, criaram uma atividade que pudesse resgatar o jovem por meio da dança. 
“Descobrimos que podemos mudar estas estatísticas. Os adolescentes se identificaram com a dança e, por meio dela, começaram um processo de resgate, mudança de hábitos e recuperação da autoestima. Com isso, podemos afirmar que, se cada um fizer a sua parte, o mundo será melhor”, ressaltou.
Segundo Bela, o projeto é uma forma de ensinar aos jovens a aceitar as regras.  O nome deste grupo é Arte Swing. Ele é formado por oito membros, sendo dois maiores e seis menores de idade. O coreógrafo Thalisson da Silva, os dançarinos Milena Beatriz, Raquel Canuto, Samanta, Filipe, Fernando da Silva Couto, Andréa Pires de Souza e Dayane.
O grupo Arte e Swing vai se apresentar nas cidades satélites do Distrito Federal, por meio do projeto Rádio Feira. As apresentações acontecem nas seguintes cidades: Sobradinho, Sobradinho II, Núcleo Bandeirante, Gama e Samambaia, entre outras.
Para auxiliar ou ajudar a Associação dos Amigos Solidários à Mulher de Sobradinho II, entre em contato por meio do telefone: (61) 92477493. Se você é vítima ou presenciou alguma espécie de agressão, seja ela doméstica ou não, não se cale. Faça valer a Lei e procure o amparo do estado. Em Brasília, as mulheres vítimas de agressão, seja ela física ou verbal, contam com a Delegacia de Atendimento à Mulher, telefone (61) 3244-4583 / 3244-3400.

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