A cidade está localizada as margens da rodovia DF-150 e DF-205, é composta por 14 comunidades e atualmente faz parte de Sobradinho II. Conhecida por suas fábricas de cimento, calcário, tinta, entre outras. Apesar disso, moradores sabem que precisam lutar por melhorias para a comunidade, pois possui pouca infraestrutura o que deixa moradores indignados e esperançosos por uma regularização ou até mesmo que a região se torne região administrativa (RA).
Na Fercal a dificuldade é grande, porque as invasões foram desordenadas em áreas impróprias ereservas ambientais. Existem pessoas que vivem em encostas de morros e perto de rios. É também uma região que carece de políticas públicas, pois a maioria dos jovens acaba se envolvendo com drogas. Durante estes 55 anos de existência os moradores da Fercal, assistiram o crescimento de outras cidades: Varjão, Estrutural, Irapoã, Arapoanga, entre outras com menos tempo e que se tornaram região administrativa.
Para Mariana Almeida, 48 anos isso prejudica muito os trabalhadores e moradores da região. “Durante anos a cidade só teve algumas ruas asfaltadas e as demais os moradores acabam andando na terra batida. Aqui as coisas são complicadas, pois a nossa estrutura ainda é muito precária. Não temos bancos, escolas boas de ensino médio para as nossas crianças, projetos que tirem os jovens das drogas, saneamento básico. O que mais nos preocupa é que muitas cidades que tem menos tempo de existência já viram região administrativa e a Fercal ainda fica dependo de Sobradinho II, que nunca vai resolver a situação de nenhum morador que precisa do básico. Moradia descente!”, relata.
A poluição é devastadora aos moradores da região. Apesar de ajudar a construir todo o DF com sua argila e seu solo rico em calcário, suas pedras terem construído a Capital, entre prédios, praças e muito mais. A Fercal carrega o DF em seus braços com mais 30% de todo imposto arrecadado. No entanto, continua, desde a sua criação, a viver na pobreza.
A região tem aproximadamente 30 mil habitantes. E para a comunidade a transformação do bairro Fercal em Região Administrativa do Distrito Federal é uma realidade para que possam viver com dignidade e respeito.
Ailton Gomes de Assis, 35 anos ressaltou que a região precisa de apoio por parte das autoridades. “Apesar da realidade que vivemos sabemos que temos direitos. Os jovens estão cada vez mais envolvidos com drogas. Apesar disso o bairro é tranquilo. Mas para se ter uma ideia não podemos nem regularizar a situação do nosso comércio, porque não somos região administrativa. Quando procuramos Sobradinho II eles nem ligam. As pessoas daqui pagam contas e querem regularizar suas terras, comércio, querem asfalto e até mesmo um lugar para morar razoável”, destaca.
De acordo com Tereza Ferreira da Silva da Gerência Regional da Fercal, o desejo que a área se torne RA é unânime, pois somente desta forma as políticas públicas, a infraestrutura vão chegar mais rápido. Para ela, é imprescindível, porque a região é rica em turismo, em grandes empresas de cimento, comercio variado e também é umas das maiores recolhedoras de impostos do DF.
“Moro aqui na região há 32 anos e conheço de perto as maiores necessidades. A cidade tem mais de 29 mil moradores e acredito que se tornando RA ela terá que ser toda reestruturada. Acredito que 80% da cidade vai passar por isso. O legal é que a cidade ainda atende o turismo, as pessoas se empregam nas fábricas e no comercio, pois é uma região de operários. Além disso, o comercio é diversificado, com supermercado e lojas o que facilitam para os moradores. Agora só falta a assinatura do governador Agnelo e só nos resta aguardar”, ressalta Tereza.
Sanção do governador
A Câmara Legislativa aprovou no dia 14 de dezembro o projeto de lei n° 684/2011, do Poder Executivo, que cria a Região Administrativa da Fercal, a 31° do DF. Conforme mensagem encaminhada pelo governador Agnelo Queiroz, a medida tem por finalidade fortalecer "as ações do governo junto à comunidade da Fercal, tendo em vista que já se estabeleceu no local um núcleo habitacional com características urbanas", explica o governador.
Radiografia
Habitantes: 29.000 (estimativa)
Escolas: 10
Ensino Fundamental: 9
Ensino Médio: 1
Postos de saúde: 4 funcionando precariamente.
Posto Militar: 1
Não possui hospitais, delegacias, correios, agências bancárias, serviço de transporte, entre outros.
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