quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pesquisadores desenvolvem fita que detecta formol em leite

 
Diante de recentes denúncias relativas à adulteração do leite com substâncias como ureia, soda cáustica, água oxigenada e cal virgem, uma ação conjunta entre Ministério da Agricultura, Ministério Público do Rio Grande do Sul, Polícia Federal e Poder Judiciário confiscou milhões de litros de leite contaminado no país. A chamada Operação Leite Compensado durou 12 meses.
 
No decorrer de 2013, a apuração do Ministério Público rio-grandense não revelou apenas que transportadores e comercializadores de leite estavam adulterando a bebida no Estado, mas também que a prática é nacional. Em maio deste ano, a LBR precisou fazer um recall de caixinhas de duas importantes marcas, depois de identificar que aproximadamente 300 mil litros de leite estavam contaminados com formol. Os lotes, fabricados no Rio Grande do Sul, teriam sido vendidos aos Estados de São Paulo e Paraná.
 
As fiscalizações na cadeia do leite e em outros produtos de origem animal são constantes, independente da Operação, mas ainda assim, alguns produtos conseguem chegar às casas dos consumidores brasileiros. Pensando em situações como essa, os pesquisadores da Universidade de Brasília, Paulo Anselmo Ziani Suarez e Guilherme Bandeira Cândido Martins, desenvolveram uma tecnologia que permite ao cidadão comum realizar essa análise.
 
A Macofren Tecnologias Químicas, empresa incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), licenciou a tecnologia de forma não exclusiva para comercialização do produto. Trata-se da FITA ZER0-F, que detecta de modo rápido e fácil a presença de formol no leite, produtos de beleza e higiene, entre outros. O teste consiste em um papel que quando entra em contato com a amostra, gera uma cor, que indica a presença ou ausência de formol. Na presença de formol é gerada uma cor violeta intensa, que varia de acordo com a concentração do mesmo na amostra.
 
ADULTERAÇÃO - A Operação Leite Compensado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, teve sua primeira fase desencadeada em 8 de maio do ano passado. As investigações apontaram para um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros do produto no estado.
Na ocasião, o MP revelou que transportadores estavam adicionando água e ureia (que contém formol) ao leite cru para aumentar o volume e disfarçar a perda nutricional no caminho entre a propriedade rural e a indústria. O esquema era realizado em postos de resfriamento.
Vinte e seis pessoas foram denunciadas, sendo que 13 foram presas e quatro estão em liberdade provisória. Os processos na cidade gaúcha de Ibirubá foram os únicos já concluídos em primeira instância, e seis pessoas tiveram suas sentenças decretadas – uma delas chegou a ser condenada a 18 anos e seis meses de cadeia em regime fechado.
Para marcar um ano da primeira fase da operação, o MP deflagrou em 8 de maio deste ano a quinta fase da Operação Leite Compensado. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão em dez municípios gaúchos.
 
Agência UnB

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