terça-feira, 28 de junho de 2011

Entrevista com Wilmar Lacerda

Wilmar Lacerda é Coordenador Chefe da Coordenadoria de Assuntos Legislativos da
Secretaria de Governo do DF e 1º suplente do senador Cristovam Buarque (PDT). Em
entrevista ao DF Notícias Wilmar ressaltou a importância de ações na área da saúde,
segurança e transporte. Segundo ele, o governo precisa de tempo para agilizar as
demandas do governo.

Wilmar, como está a relação do governo com a Câmara Legislativa?

O governo coordenado pelo companheiro Agnelo inaugurou uma nova maneira
na relação institucional com a Câmara Distrital, Câmara Federal e com o Senado.
Primeiro, é uma relação absolutamente republicana, onde transparente de diálogo e
focada em objetivos. Estes são os principais pontos da nossa relação.

O senhor acha que durante o primeiro semestre houve demora na aprovação ou no
encaminhamento dos projetos?

Por parte do governo não. Primeiro, a Câmara tem uma formação de 17 partidos
diferentes, apenas três partidos tem mais de um deputado. Dois do PMDB, dois PPS
e cinco do PT, os demais partidos tem apenas um deputado cada um. Segundo, que
é um governo de uma ampla coalizão. E terceiro, que a gente identifica os problemas
que a própria Câmara tem na sua condição, na efetivação dos seus trabalhos. Do
lado do governo o desempenho da Câmara é extremamente positivo, pois nós
conseguimos aprovar os principais projetos que o governo demandou na casa, com
apoio em conjunto dos deputados e com diálogo, com a base e com deputados da
oposição.

A maioria dos deputados, inclusive da base, tem reclamado da demora na provação
dos projetos. O que o senhor acha?
Essa é uma questão inerente a casa e também não posso dar opinião sobre essa
questão. Agora, acredito que possa ser uma dificuldade. Porém, existe um esforço
da presidência e dos líderes no sentido de aprovar um projeto de cada parlamentar,
ainda este semestre, e tudo leva a crer que isso possa acontecer no mês de junho. Da
parte do governo, nós já aprovamos 22 Projetos de Lei este ano. Pautas importantes
como o Projeto de Lei que estabelece o Plano Diretor de Transporte Urbano do
Distrito Federal. O DF não tinha um plano diretor que investisse milhões na região.
Então, esse projeto vai possibilitar que a gente receba recursos na ordem de R$ 2.400
bilhões para resolver um dos grandes problemas que é a questão da mobilidade

urbana. Outra questão fundamental é aprovar o pacote da saúde, que vai possibilitar
a reforma dos hospitais, a construção de 14 UPAS e a contratação de mais 11 mil
servidores para diversas especialidades na área da saúde. E também, é claro, o
projeto que vai possibilitar a construção do estádio Mané Garrincha para a realização
da Copa das Confederações, Copa do Mundo e tantos outros eventos internacionais,
com capacidade para 70 mil espectadores. Então, no momento, nós entendemos que
a Câmara tem dado resposta a diversos projetos de lei de iniciativa do governo e de
destinação de recurso.

Os Deputados reclamam que há muitos interlocutores e que isso dificulta na hora de
falar com os secretários e o com o governador.

Em todos os governos existiram todos esses cargos, ninguém está inventando nada.
Sempre existiu o presidente da Câmara, sempre existiu o líder do governo e sempre
existiu o articulador político da Casa. Então, isso não é coisa de interlocutor, muito
pelo contrário. A facilidade é muito grande, porque nós temos diversos interlocutores
para dialogar com o conjunto de deputados.

Bom, nós zeramos, diminuímos o número de cargos comissionados e nós temos
dificuldade para atender uma base ampla de 16 partidos e mais o conjunto das forças
políticas do PT. Então, imagine um governo que tinha 22 mil cargos comissionados,
que são exonerados 100%. Não vai ter a quantidade de cargos que o deputado
quer ou pretende. Queremos, agora, qualificar os cargos comissionados e estamos
melhorando a gestão de governo. Uma questão que o governo esta mandando é
o PL da Reforma Administrativa, onde nós estamos definindo o número de cargos
nas Secretarias e nas Administrações Regionais. Um exemplo claro, é que estamos
tirando das Administrações Regionais mais de 1.300 cargos. Então, para ter
uma resposta para a sociedade da diminuição do número de cargos, focamos na
qualificação e a profissionalização desses cargos. Temos que remunerar melhor
muitos profissionais que a gente não consegue atrair para o serviço público. Grande
parte desses cargos são cargos inerentes determinado da categoria. Na educação,
são mais de 680 escolas, imagine quantos cargos comissionados vai ai. Na saúde,
encontramos profissionais servidores públicos, segurança pública a mesma coisa.
Cargos comissionados de livre provimento são poucos. Então, é essa dificuldade que
o governo tem de atender todos os parlamentares.

A bancada da segurança está dando muito trabalho?

Acho que essa origem é uma relação com esse setor. Na verdade, existe uma relação
muito boa da base do governo. Até porque são cinco deputados da base e, inclusive
o presidente da câmara, que é um parlamentar da área de segurança. A relação
é extraordinária, então, não vemos nenhum problema. Até porque nós temos que
investir em segurança pública. A gente tem uma onda de assassinados do DF e uma
condição que favorece a criminalidade. Então, vamos rever toda essa trajetória e
vamos colocar recursos nas áreas mais importantes.

O senhor não acha que o governo de Agnelo está muito lento?
Primeiro, não acho que está lento! Acho que todo governo precisa de um tempo para
que as pessoas entendam seus resultados. Até porque não estamos num governo
comum. Estamos num governo pós-crise, que desmantelou o conjunto de serviços
públicos prestados pelo Estado em Brasília. Um governador preso, deputados caçados
e uma crise institucional que envolveu os poderes do GDF e a possibilidade de
interromper o nosso processo democrático, e tudo que aconteceu no passado. Não
é fácil reconstruir um Estado. Os resultados do governo Agnelo são necessário e,
com certeza virão, mas precisa de um tempo. As pessoas tem que entender que
este governo tem foco nos serviços públicos e nas pessoas. Por isso, a criação da
Secretaria das Crianças, Secretaria da Mulher, Juventude, Transparência Pública, do
Meio ambiente, da Micro e Pequena Empresa... Ou seja, uma serie de secretarias que
estão se estruturando para realizar o trabalho para Brasília. Estamos reestruturando
a gestão na área de saúde, já normalizamos o atendimento da rede de remédio,
combatemos todo tipo de desvio e de contratos. O Estado estava em coma, na UTI, e
reconstruirmos sobre com enfoque na transparência. Os resultados irão aparecer.

Wilmar, duas CPIs foram abortadas na Câmara: a CPI da Saúde e DFTrans. Não seria
o grande momento de fazer as CPIs e mostrar o resultado para população. Porque
essas CPIs não foram abertas?

A população de Brasília sabe do caos que nós encontramos no serviço público do
Distrito Federal. Não há necessidade de nenhuma CPI para mostrar os desmandos
dos últimos anos nessas áreas. O que população precisa é de resultados concretos
para ser bem atendida com o serviço público do DF. A eleição e a crise acontecida
no passado recente levou a tona tudo isso, não precisa de CPI pra mostrar o caos
da Saúde, transporte... até porquê toda CPI tende a paralisar as respectivas áreas
no governo. O povo precisa de hospital funcionando de profissionais competentes a
todo o momento, aptos a atender a população que é maltratada nos hospitais públicos
da cidade. Na segurança pública precisamos de servidores na rua, combatendo
crime, com equipamento para combater os desmandos. Até porque, desmando no
Pró-DF, todo mundo sabe quem são os responsáveis. Depois disso, nós estamos
reconstruindo e focados nos problemas sociais. CPI que serve para os poucos da
oposição ficarem fazendo enfrentamento ao governo... não tem cabimento ficar por
conta de um ou outro. A saúde hoje é foco. É evitar doenças, precisamos educar
para tirar as pessoas dos hospitais. Então, nós temos que mudar completamente o
processo de gestão em cima da saúde preventiva. Esse é um resultado em médio
prazo.
Acho que o nosso governo, pode ter certeza, que não é um governo fraco, que precisa
de tempo para que possamos ter os resultados. Estamos muito focados na gestão
pública, na reconstrução do estado DF, no serviço de saúde, transporte coletivo,
segurança e outras áreas na geração de emprego, renda e de combate à miséria. A
diferença entre ricos e pobres no DF é extraordinária. Temos absoluta certeza que nos
próximos três anos e meio a população de Brasília vai ter orgulho do governo Agnelo
Queiroz.
























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