Reciclagem vira arte e trabalho social
O Lixo, a reciclagem e a reutilização de resíduos vêm sendo considerado para os jovens e pessoas conscientes uma questão cada vez mais urgente e importante na sociedade. Assim como o trabalho desenvolvido pela ONG Lixo Mania, do Paranoá, que reutiliza e transforma quase todos os tipos de lixo em obras de arte ou objetos para utilização diária. O objetivo é estabelecer na comunidade uma relação entre preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida. Para isso, o projeto oferece oficinas, como forma de inclusão social, ajudando no crescimento de jovens e em sua profissionalização. O projeto já formou mais de 2.500 pessoas.
Além de conscientizar a população sobre a preservação da natureza, o consumo consciente e a redução do desperdício, a reciclagem pode ser uma oportunidade de renda para os cidadãos. Por meio de oficinas e de ações voltadas ao tema, o projeto pretende ampliar os conhecimentos dirigidos à comunidade e buscar soluções que auxiliem, de forma simples e eficaz, no combate às drogras.
A ideia de ajudar ou de abrir os olhos dos jovens partiu de um homem que já sentiu na pele o que a droga provoca nas pessoas e o que se pode construir longe dela. O artista plástico e presidente da entidade, Edson Vaz, já foi usuário drogas, mas como queria mudar de vida, decidiu deixar o Rio de Janeiro e vir para Brasília. Em 1984, veio morar com o tio, no Paranoá.
Fora do tráfico, dez anos mais tarde, Edson percebeu a dificuldade e angústia dos pais quando viam os filhos no mundo das drogas. Então, resolveu dar palestras de incentivo e conscientizar o jovem que as drogas não levam a lugar algum. Mas não foi fácil, pois quando não se tem boas condições de vida, oportunidade de emprego e profissionalização, os jovens tendem a caminhos incertos. Com isso, resolveu criar um trabalho que pudesse gerar renda e que também passou a ser uma forma de trabalhar diretamente com os jovens envolvidos pelas drogas.
“No Brasil, o jovem da periferia não tem oportunidade de emprego, quanto mais uma atividade que gere renda para suas famílias. É preciso um trabalho bem feito dentro das escolas, pois só por meio de conscientização, poderemos desenvolver uma estrutura digna em nossa sociedade. E, quem sabe assim, diminuir a criminalidade em todo o Distrito Federal”, afirmou Edson Vaz.
ONG
A ONG Lixo Mania existe oficialmente desde 2004, afim de conseguir mais apoio do governo para auxiliar na produção reciclagem e em atividades educativas e que afastassem o jovem da criminalidade. O objetivo do trabalho é reciclar quase todos os tipos de objetos transformando-os em arte e artesanato, auxiliando na preservação da natureza.
O projeto também favorecer a compreensão da comunidade sobre práticas e mecanismos que degradam o ambiente, além de sensibilizar a comunidade em relação à importância na mudança de hábitos como um dos fatores para a melhoria da qualidade de vida. A ONG é responsável por difundir informações importantes sobre como reciclar o lixo.
Os materiais mais utilizados são pneus, latas, cimento, areia, garrafas de amaciante, garrafas pets, madeira, papelão e caixas de leites. Desses objetos surgem peças de artesanato, vasos, porta objetos, suporte para panela, além de diversos trabalhos em garrafas pet e objetos para utilidade doméstica. Para se ter ideia, até tinta é confeccionada durante as oficinas e produções. A comunidade também aprende como cultivar uma horta.
Trabalho social
A ONG promover a interação entre o meio rural e urbano e conscientiza a população em geral como reduzir o consumo e o desperdício, reutilizar o que puder e reciclar o que for possível.
O artista Edson Vaz tem investido seus esforços e desta forma, tem se envolvido em diversas frentes de trabalho. Ele apoia quatro casas de recuperação de dependentes químicos, projetos de assistência e reciclagem nas comunidades de Rajadinha, Itaguara, entre outros. “Optamos por arregaçar as mangas e fazer aquilo que está ao nosso alcance. A pesar disso, precisamos muito do apoio do governo, pois somente com ações sociais podemos incentivar os jovens a terem qualidade de vida. E não deixar o jovem na rua para que ele possa entrar nas drogas. Precisamos de ações dentro das escolas para que a gente possa atingir a população como um todo”, enfatizou Edson.
Edson também recebe o apoio por parte dos comerciantes e de parceiros que estão sempre prontos ajudar. Ele ressaltou a importância destas atividades na construção da cidadania. Segundo ele, é gratificante trabalhar com essas pessoas e, principalmente, saber que daqui saem grandes artistas. “Vejo isso como uma forma de cidadania. Cerca de 2.500 pessoas já fizeram o curso e muitas já produzem, expõem, vendem e lucram”, disse.
Mariane Fausto de Almeida mora no Núcleo Rural de Rajadinha e destaca que esse trabalho ajuda a gerar empregos para as pessoas, pois podem produzir e vender. Segundo ela, também é uma forma de incentivar o jovem. “Trabalho com meu marido há pouco mais de cinco meses neste trabalho de reciclagem e hoje fico feliz por saber que posso produzir, reciclar e transformar lixo em artesanato. Sem falar que isso atrai os jovens da comunidade para o trabalho”, ressaltou Mariane.
A novidade é que a associação da comunidade de Rajadinha está organizando um grupo de mulheres para confeccionar roupas e objetos de artesanto. Cerca de 20 mulheres poder produzir sem custo com matérias-primas, que vão desde bolsas, sacolas e bijuterias a artigos para decoração.
Para fazer sua encomenda, ligue para: 9312-5281
Por Vivianne Frota
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