quinta-feira, 31 de maio de 2012

Servidores do Itamaraty podem entrar em greve

Diplomatas, Oficiais de Chancelaria e Assistentes de Chancelaria, carreiras típicas de Estado, podem entrar em greve a partir de 18 de junho, interrompendo as atividades de embaixadas e consulados brasileiros em todo o mundo, num movimento que coincide com o período em que as atenções do planeta estarão voltadas para o País – durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que acontece no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho. 
A decisão foi tomada numa assembleia 30 de maio, no Ministério das Relações Exteriores, e contou com a participação de mais de 300 servidores das três carreiras do Serviço Exterior Brasileiro, lotados em Brasília. Além disso, um total de 56 postos de representação do Brasil também aderiram ao ato de hoje; pararam de funcionar postos localizados em cidades relevantes como Los Angeles e Washington (EUA), Londres (Reino Unido), Roma (Itália) e Pequim (China). As ações fizeram parte do 2º Dia Nacional de Mobilização de Advertência dos servidores das carreiras típicas de Estado.

A categoria reivindica aumentos salariais que recomponham as perdas dos últimos 25 anos – principalmente para Oficiais e Assistentes de Chancelaria, defasados em mais de 40% – e a valorização das carreiras como típicas de Estado: o que se traduz em benefícios como a definição clara de funções e a adesão dos vencimentos do trabalhador ao recebimento por subsídio: incorporação dos adicionais ao salário e garantia de vencimentos na aposentadoria.    

“De todas as carreiras típicas de Estado, as do Itamaraty são as únicas que possuem capilaridade no exterior e, apesar de sua importância, o desprestígio diante da administração do Itamaraty e do governo federal é tamanho que o índice de abandono da carreira ultrapassa, em alguns casos, os 66%”, afirma Soraya Castilho, presidente da ASOF (Associação Nacional dos Oficiais de Chancelaria do Serviço Exterior Brasileiro).

O presidente do Sinditamaraty, Alexey van der Broocke ,declara que não existe a intenção de prejudicar as atividades da Rio +20. “Mas precisamos demonstrar maturidade e atender as reivindicações que surgem dos servidores. Queremos ser protagonistas de tudo o que nos diz respeito e o governo tem que reconhecer o nosso valor e a importância do trabalho realizado”, ressalta.

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