quarta-feira, 30 de maio de 2012

Elas estão por toda parte


Sejam sozinhas, por conta própria, ou agenciadas por cafetões e cafetinas, seja o nome que for, mulheres de todas as idades estão pelas ruas do Distrito Federal  em qualquer horário, à disposição de abordagem para  programas em diversos lugares do Distrito Federal.
Pela lei brasileira, a prostituição não é crime. Toda pessoa é dona de seu corpo e pode usá-lo como quiser. Mas tirar proveito da prostituição, seja de que forma for, é crime. Assim, manter casas de prostituição, viver às custas de prostitutas ou mesmo induzir alguém a esse tipo de trabalho, por exemplo, são considerados crimes. As penas podem ir de um a oito anos de reclusão.

Um dos lugares mais usadas por elas, em Taguatinga, é a Praça do Relógio. Durante o dia são discretas e quem usa seus serviços também, mas é comum  confundir outras mulheres que passam pela Praça como garotas de programa.
O problema não é somente a prostituição, muitas delas vendem drogas, compram.

Anete Borges, 32, tem que passar pela praça todos os dias e várias vezes foi confundida. “Não tenho nada contra elas, porém acho que o lugar é inadequado, muitas mulheres são confundidas e é chato. Já ouvi várias pessoas reclamando também. A praça é para as famílias, crianças brincarem. Agora que tem  música poderia ser mais aproveitada pela população. Mas a presença delas inibem as pessoas que querem curtir o espaço”, explica Anete.
Para Alonso Medeiros, 48, que mora na C 03, esse tipo de serviço não poderia ser realizado na praça, mas a prostituição não é crime e a Constituição garante o ir e vir das pessoas, por isso é difícil coibir esta situação.” Levo normalmente minhas crianças para andar de bicicleta, aos sábados. Agora com o posto policial funcionando dentro da praça esperamos que os policiais afastem as prostitutas, os traficantes e também, os usuários”, aponta Alonso.

Agora com a revitalização da praça, muitas delas migraram para a C7, C09, C10, C12. Outro local que atrai a prostituição em Taguatinga é o Pistão Norte. É normal encontrar mulheres jovens em poses sensuais em qualquer horário, principalmente durante o dia. Algumas se aborrecem com a presença de pessoas que usam os ônibus.
Marina de Alencar, professora, afirma que já ouviu comentários de duas. Os homens soltam piadas. “Quero crer que quem está incomodado é que se mude. Os homens soltam piadas chulas, desagradáveis, por isso não deixo minha filha ir sozinha esperar o ônibus por causa dessas mulheres”, reclama Marina.

Pedro Pereira, estudante, não deixa irmãs irem para a parada, à tarde sozinhas. “Vários homens param seus carros e perguntam quanto é o programa para as mocinhas. É um total desrespeito. Esperamos uma ação do governo para esse tipo de incômodo”, pede Pedro.
Para o administrador de Taguatinga, Carlos Jales, a presença das mulheres de programa diminuiu bastante na Praça do Relógio, por causa da revitalização do local e a inauguração do posto policial. “Muitas foram para a parte das Cs 07, 09, 12, mas  em conjunto com a 12ª DP temos o monitoramento da ação delas.

Estamos revitalizando as paradas do Pistão Norte com melhor iluminação para coibir a ação da prostituição, à noite.

Nos Eixões Sul e Norte / Asa Norte

Durante todo o dia é fácil perceber a presença de mulheres jovens e de toda a idade a espera de clientes nos eixões Sul e Norte. E é fácil ver carros parando e pegando essas mulheres. São oferecidos todo tipo de programa e de todos os preços.
Alexis de Sousa, administrador, afirma que é perigoso esse tipo de programa ao longo do Eixão. “ O carro para, combina e sai, são vários, isso pode ocasionar acidentes. O Detran poderia fiscalizar”, adverte Sousa.

Socorro Emiliano, aposentada, acha que os valores morais estão em decadência. “As pessoas fazem o que querem, quando querem e onde querem. É preciso o Estado fiscalizar melhor e cobrar das pessoas o respeito às normas. Quem garante que não tenha menor de idade no meio delas, drogas”, salienta, Socorro.
Um grande número de casos de prostituição está localizado na Asa Norte, nas entrequadras que vão da 310 à 316 Norte. Isso tudo a céu aberto e para quem quiser ver. E não é só prostituição, vendem  drogas de vários tipos e muitos usam ali mesmo. Famílias testemunham esses fatos, mas até agora nenhuma secretaria do governo conseguiu fazer uma ação para diminuir o acesso dessas pessoas às respectivas quadras.

Quando a noite cai, as garotas de programa ficam à beira das ruas, nas paradas aguardando as abordagens. Às vezes fazem seus programas dentro das quadras. É um problema antigo e as famílias estão cansadas de pedir providências.

José de Araújo, contador explica que esse problema vem deste longe. “ Ninguém conseguiu coibir o avanço da droga e da prostituição nessas quadras finais da Asa Norte. Muita gente já se mudou, mas o problema é o mesmo, agora agravado pelo crack e a polícia só olha”, ressalta.

Margarete Silva, musicista, mora nas quadras finais e afirma que cada dia o problema está pior. “ Agora são assaltos e temos medo de sair à noite. Já fizemos reclamações variadas e nunca tivemos respaldo de nenhuma autoridade nesses anos anteriores contra a droga e prostituição nessas quadras. Ainda tem um outro problema, os moradores de rua”, aponta.




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