Na última semana, a mídia divulgou reportagens sobre a abertura da filial de uma multinacional. Entre outras presenças ilustres no coquetel de inauguração, estava o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Em seu discurso, disse que o governo irá investir no Polo JK (local onde a indústria será instalada), melhorando a pavimentação, o fornecimento de energia e ampliando a infraestrutura local.
Queiroz ainda destacou que o governo irá trabalhar para atrair mais indústrias que atendam aos interesses econômicos de Brasília. O grupo investiu US$ 29 milhões e criou 195 empregos diretos. Os números, é claro, são expressivos e contribuem para o desenvolvimento do DF. Entretanto, o que nós nos perguntamos é: e para as empresas com sede em Brasília, o que o governo tem feito?
Como é de conhecimento da maioria, no último dia 13, fizemos uma grande carreata reivindicando do GDF algumas queixas antigas: redução da alíquota do ICMS para 7% nas operações internas e criação de um novo regime de financiamento para as transações externas. Medidas que podem, enfim, tornar a equidade tributária uma realidade entre os estados.
Mesmo depois de tanto alarde, ainda não vimos nenhuma atitude do governo. O que temos são promessas. Aliás, há alguns anos é tudo o que ouvimos: que a Secretaria de Fazenda está se movimentando para resolver os problemas do setor. Mas a movimentação é fraca e os resultados são muito aquém do esperado.
Talvez, os atacadistas não tenham tantos dólares para investir no DF. Mas, juntos, podem trazer muito mais em arrecadação e empregos. Hoje o setor atacadista emprega mais de 25 mil pessoas. Mas desde que nossos regimes foram questionados, mais de cinco mil trabalhadores foram demitidos.
Neste contexto, fica o questionamento: até quando o GDF irá fingir que os atacadistas não existem? Será que precisaremos mesmo ir embora para os estados vizinhos? Muitas dúvidas, poucas respostas.
Fábio de Carvalho - Presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista-DF)
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