quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Polo JK está devagar

 Criado em 1994, a área nos arredores da cidade de Santa Maria, pertence ao Programa de Promoção do Desenvolvimento Integrado e Sustentável do DF (Pró-DF) e recebeu o nome de Polo JK. Foi criado para abrigar empreendimentos industriais. Mas o que se constata é que a instalação de empresas no local foi lenta por causa da liberação das licenças ambientais que demoraram a sair. Em conseqüência  as obras de infraestruturas não puderam começar. Em 2004 só havia 13 empresas na região. No Polo  estão previstos 402 lotes.
Hoje, a realidade  é tímida, porque  a infraestrutura  tão esperada  está sendo implantada aos poucos. Observa-se que ainda falta muita coisa a ser feita no setor. O local tem 150 indústrias funcionando principalmente nos Trechos 1 e 3. A capacidade total é para três mil indústrias, mas a instalação de novos empreendimentos pode ser considerado significativo para alguns.

Decreto nº 23.210, de 04/09/2002 trouxe benefícios, para o setor: são incentivos de crédito, financiamento especial para o desenvolvimento, fiscal,econômico, infraestrutura, regime compensatório de competitividade, capacitação empresarial e profissional, apoio para a recuperação ou preservação ambiental e apoio para desenvolvimento de programas de responsabilidade social.

Mas para alguns, a realidade é outra. O que se vê são muitos lotes vazios, cheios de mato com a aparência de abandono, muitas construções não terminadas , outras fechadas. Fala -se  até em retomada dos lotes vazios.

Apesar do setor ainda está recebendo algumas benfeitorias, como luz, que só começou a ser implementada há dois meses, gera empregos. Em muitas entradas de empresas estão estampadas as vagas oferecidas. Mas mesmo assim, as vagas não atraem muitos trabalhadores de Santa Maria pela dificuldade de locomoção, pela falta de segurança e condução para o local. Segundo Gerson Domingues, marceneiro, a maioria de funcionários são de Valparaíso, do entorno. “ Atravessar a BR é muito perigoso, por isso é mais fácil ir para o viaduto esperar o ônibus, sem contar com os assaltos ao chegar em Santa Maria”, analisa Gerson.
E mais  problemas são elencados por empresários e trabalhadores: a falta de redes de águas pluviais é uma delas. Nas chuvas de janeiro e fevereiro  as enxurradas foram freqüentes noTrecho 1, conjunto 3 e 6. Derrubaram muros, no conjunto 3,arrastaram pessoas, carros.

Maria Cristina Freire, secretária, afirma que a falta de escoamento da água da chuva e do asfalto traz muitos transtornos. “ Além disso, é difícil o acesso à empresa onde trabalho quando chove. Falta uma passarela na BR. Apesar dos postes que colocaram, algumas lâmpadas não acendem, ou seja a iluminação das ruas é precária. Em outras ruas falta iluminação.”
Jesumar José da Silva, marceneiro, descreve que quando chove , as pessoas atolam no barro ,ficam sujas; quando a chuva passa é muita poeira.” E lembra mais: “Procurar endereço, é difícil, não há placas de identificação.”

Manoel de Souza, motorista, chama atenção para o fato de que em certos trechos quando chove, caminhão não passa.
A segurança no local deixa a desejar para muitos. José Maria Cardoso lembra que sua empresa foi assaltada duas vezes ano passado. “ Após 19h é muito perigoso ficar por  aqui. Viatura da polícia só passa duas vezes por dia. E a área do setor é imensa”, conclui.

Maria das Graças de Almeida também faz sua reclamação: ” Aqui não temos opção para nos alimentar. Recebemos nosso vale alimentação e temos que buscar as biroscas improvisadas que funcionam de maneira precária ou trazer comida de casa.”

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           Rinaldono Para o presidente da Associação Comercial e Industrial do Polo Jk, Siqueira Campos,       no setor faltam luz, água, asfalto. “Parte do transporte coletivo de Santa Maria não passa no local. Os maiores beneficiados com empregos gerados no Polo JK seriam os moradores de Santa Maria, no entanto são moradores  do Entorno que estão sendo contratados. Conseguir um alvará de funcionamento de uma empresa é uma dificuldade. A morosidade de projetos é  muito grande. Tudo emperra na burocracia”, descreve Siqueira Campos.

Carlos Augusto de Sena, chefe de Recursos Humanos aponta a falta de guias na rua, a coleta de lixo irregular como necessidades do local, assim como a segurança ainda é precária: a polícia deveria circular mais . Para ele a dificuldade de contratação de mão de obra para o turno da noite é um grande problema. “ Após às 20h não passa ônibus. As pessoas que moram em Santa Maria alegam que à noite é perigoso, por isso nós contratamos trabalhadores em Santo Antônio do Descoberto. Outro problema é o engarrafamento entre 7h e 9h. Quem vem de carro e de ônibus chega atrasado”, explica.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico quanto aos lotes vazios, cheios de mato, outros com construções abandonados cada processo tem suas especificidades. Os lotes com obras paradas podem estar aguardando algum parecer que autoriza a continuidade da construção ou o empresário solicitou mais prazo para as obras. Os empresários com lotes regularizados não podem ficar parados, sem manutenção e sem manter a atividade para qual a área foi destinada. Aqueles que desrespeitarem a legislação podem sofrer penalizações, dentre elas a devolução do terreno.

De acordo com a Secretaria de Obras se consideradas as áreas já registradas, 40% das obras de pavimentação, drenagem e meio-fio já foram executadas. No Trecho II, ainda falta  o registro da área junto à Secretaria de Habitação e Terracap para que sejam realizados convênios que garantam os recursos  que irão garantir os recursos para finalizar as obras.




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