domingo, 12 de agosto de 2012

A saudade e as lembranças

Meu pai chegou em Brasília para trabalhar na construção da cidade. Em sessenta, minha mãe chegou comigo e minha irmã, Antonia. Aqui, ela e meu pai tiveram mais sete filhos.
Meu pai ,um pedreiro dos bons e ladrilheiro dos mais caprichosos, criou ao todo 9 filhos com o trabalho de seus braços, nos educou para respeitar os outros. Como erámos muito, percebia que ele fazia um planejamento danado com minha mãe para termos comida todos os dias e o material necessário para estudarmos. Roupa e calçado, só em julho e dezembro. Nunca moramos de aluguel, sempre tivemos uma casa arrumadinha. Às vezes brigava conosco, principalmente quando entramos na adolescência, pois não entendia como os filhos de repente se tornaram tão independentes e queriam alçar muitos voos, falavam difí cil e exigiam dos irmãos mais novos que estudassem cada vez mais.
Ele não está mais conosco há três anos e gostaria de  termos tido mais tempo para conversar  e mostrar que da sua maneira ele me fez uma pessoa boa, trabalhadora, honesta, que sua conduta nos levaram a caminhos do bem. Ele não tinha muito estudo, era meio bronquinha, turrão, mas criou uma família unida, batalhadora(toda família discorda, briga, porque cada filho pensa diferente,e os pais também., mas crescemos com o aprendizado e com os  ensinamentos de Deus e de nossos pais).
Uns anos antes de falecer, ele me disse que Deus não poderia dar-lhe uma filha melhor. Mesmo com nossas divergências sempre aceitei meu pai. Lembro que quando erámos pequenos, recebia pagamento, nos levava  numa bicicleta cargueira ao parque de diversão.
Fica a saudade, pois ainda não nos acostumamos com a perda.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário