sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pesquisa descobre que mandioca amarela produz mais vitamina A



Pesquisa da Universidade de Brasília encontrou uma variedade de mandioca que possui 50
vezes mais caroteno do que a mandioca comum. O caroteno é a substância que, processada
pelo fígado, gera a vitamina A, nutriente importante para o fortalecimento da retina.

A variedade – chamada de amarela 1 – foi encontrada em Minas Gerais e no Amapá e trazida
para o Laboratório de Melhoramento Genético da Mandioca, na Estação Biológica da
UnB. “Essa variedade é originária de culturas indígenas, que costumam ser negligenciadas
pelos pesquisadores. Elas são ricas em nutrientes e podem ajudar as populações mais
pobres”, afirma o professor Nagib Nassar, coordenador do Laboratório e responsável pelo
estudo.

Nagib explica que a mandioca branca – variedade mais comum, encontrada nos
supermercados e feiras – é pobre em caroteno. “Muitas crianças de famílias pobres passam a
infância se alimentando dessa mandioca. Quando adultos, podem desenvolver problemas na
visão”, alerta Nagib.

Depois de analisar as propriedades das mandiocas indígenas, o grupo do professor Nagib
levou a descoberta para pequenos agricultores do Distrito Federal. A variedade amarela 1 foi
levada a 11 produtores rurais por meio de um projeto de extensão da UnB, com apoio da
Emater/DF.

O agricultor Roque Pedro de Souza, 51 anos, não conhecia a mandioca amarela nem as
técnicas de plantio ensinadas pela equipe da UnB. Ele tem uma propriedade de 3 hectares em
Brazlândia. Ainda não comercializou a mandioca enxertada da variedade amarela, mas já
reconhece a qualidade da planta. “É fácil de manipular na terra e tem um gosto muito bom. Se
cozinhar muito, desmancha na panela”, garante.

SOLUÇÃO CASEIRA - Como fonte de caroteno, a mandioca amarela 1 possui vantagens
econômicas em relação a outros produtos. A cenoura, por exemplo, é rica em vitamina A, mas
precisa de condições muito boas no solo para crescer e produzir. “Não é uma planta que se
adapta a condições severas do clima”, enfatiza o professor Nagib Nassar. Na Europa, o
instituto suíço ETH e a Universidade de Friburgo, da Alemanha, desenvolveram um arroz
transgênico com a finalidade de suprir a carência de vitamina A para populações com dieta
baseada nesse cereal.

Segundo o professor Nagib, foram gastos US$ 200 milhões para a produção do chamado arroz
dourado. Só que seria preciso consumir dois quilos do produto por dia para obter a quantidade
mínima nutricional de caroteno (4 miligramas). Com apenas 100 gramas da mandioca amarela
1, o organismo humano absorve 6 miligramas.

Fonte: UnB Agência

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