quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Distribuição desigual

 Janine Brito*

Nos últimos anos temos observado grandes avanços que o nosso país tem conquistado na economia. Os números de empregos formais gerados, o aumento dos salários, a inflação controlada e vários investimentos surgindo no Brasil têm chamado atenção de vários países, principalmente de nações desenvolvidas. Em meio ao período de difíceis decisões sendo tomadas pelas autoridades monetárias dos países em crise econômica, como as medidas de austeridade, por exemplo, o Brasil vem se destacando pela estabilidade e controle fiscal.
Porém, diante desse cenário, temos uma realidade um pouco irônica quando o assunto é distribuição de renda. Mesmo com avanços econômicos, tecnológicos e sociais, ainda sofremos, e muito, com a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros. De acordo com o último relatório do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o Brasil é um dos países mais desiguais na distribuição de renda e o quarto pior da América Latina, atrás apenas de Guatemala, Honduras e Colômbia.
Os países com o menor grau de desigualdade, na região, são: Costa Rica, Equador, El Salvador, Peru, Uruguai e Venezuela, tendo esse último registrado a melhor marca, com índice de Gini de 0,41. Só para compararmos, Portugal tem índice de 0,38 - o mais desigual da UE.
Não podemos negar que realmente nosso país avançou na redução do número de miseráveis, pois na década de 1990 nosso índice de GINI chegava a ser o pior da América Latina, e hoje a nossa distribuição de renda passou de 0,608 para 0,526 em 10 anos.
Outros índices revelam que subimos cinco posições em 2011 e passamos a ser a 53ª economia mais competitiva. Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nossa renda é a primeira. No entanto, ainda estamos longe de chegar aos índices médios dos países desenvolvidos, mas certamente, este é um dos maiores desafios do nosso governo atual.

*Diretora-Executiva da Ferragens Pinheiro

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