quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

No Parque da Cidade tem muita coisa boa, mas nem tanto

O Parque da Cidade foi construído e inaugurado em 11 de outubro de 1978, com densa vegetação característica da paisagem do Cerrado, de modo a torna-se um dos "pulmões" de Brasília e para constituir-se em área de recreação para a população. Abrange uma área superior a 420 hectares, com equipamentos sociais e de lazer.
O Parque é dividido em Áreas e Equipamentos, seguindo critério de tipos de atividades: área de recreação coletiva - com locais para parques de diversão, circos, minicarros e quatro parques infantis. O prédio da administração localiza-se neste setor; área de feiras e exposições - compreende uma praça com 32.000 m², cercada pelos Pavilhões dos Estados, Pavilhão de Brasília, Anfiteatro, quiosques, sanitários e estacionamentos; área do lago - contribui para amenização do clima seco. Mas o Parque também tem nuances que as pessoas não percebem, principalmente aqueles que somente passam pelo local de carro.É um lugar muito procurado para o lazer, práticas esportivas e eventos culturais. Há espaço para prática de ciclismo, corrida, patinação. Periodicamente, há exposições de artes, feiras e encontros de diversos órgãos locais.
Verônica de Almeida, advogada, faz caminhadas pela manhã, três vezes por semana, sempre antes de trabalhar e relata que encontra no parque uma paz e sossego necessários para começar o dia e cuidar do corpo.” Este lugar é incrível. Aqui encontro condições de caminhar, meditar, encontro pessoas e ainda tomo meu banho e me arrumo para enfrentar o dia a dia. O Governo deveria cuidar mais deste local. Não que esteja abandonado , mas é necessário prevenir”, conclui Verônica.
E por falar em banho, encontramos uma dupla que se exercita no local e reclama que não há água quente para o banho. Os namorados Janine da Silveira e Marcos da Silva freqüentam o parque desde a faculdade e conta que  uma usuária cansada de tomar banho de água fria, comprou dois chuveiros e pediu na administração para instalarem esses chuveiros, mas eles  queimaram. “ Antes havia água quente e nessa administração já pedimos e como não atenderam  essa usuária comprou os chuveiros”, explica o casal.
Furtos preocupam
Mas o que preocupa os usuários são também os constantes furtos  nos vestiários tanto femininos, quanto masculinos. Armando Rodrigues, administrador, afirma que arrombam os armários e levam sem o menor pudor sacolas  com pertences. “ Outro dia estava fazendo a barba e quando me virei alguém havia saído com minha bolsa. É preciso inibir a ação dessas pessoas com mais vigilância. O Parque é um lugar agradável, tem o seu charme e é lamentável essa situação”, lamenta.
E as ocorrências de furto também se resumem a torneiras, a arrombamentos de armários dentro dos vestiários, mas mesmo assim tem gente que elogia  o local.
As mulheres fequentadoras do vestiário reclamam que não há uma vigilante feminina no lado das mulheres caso elas precisem. “ Imagine que só tem vigilante homem. Isso não existe.Se nos atacam, nos roubam. Segundo informações da administração contratar uma vigilante para o lado feminino  está fora do orçamento”, relata Zenaíde dos Santos. Zenaíde aproveita para chamar a atenção das pessoas que usam o parque para cometer coisas erradas:  “Brasília é só asfalto e temos um lugar aprazível, como o nosso parque,o que falta é  cuidarmos dele bem.”
 Os vestiários são compostos por mais de 30 armários em cada lado, feminino e masculino,onde o usuário pode levar seu cadeado e trancar seus pertences. São também mais de 20 chuveiros e espelhos em cada lado.
Além dos vestiários, existem no Parque 16 estações compostas por três banheiros cada uma: feminino, masculino e para deficiente, todos com pia e bebedouro.
Além da natureza, que faz com que os visitantes se sintam bem relaxados, com aves de várias espécies e animais diversos, existem também várias plantas e árvores que fazem parte do ambiente do Cerrado. São encontrados no Parque pequis, jabuticabeiras, mangueiras de diversas espécies, goiabeiras, jaqueiras, acerolas ,jambo e caju. Muita gente sempre aparece para colher as frutas e comê-las no local , inclusive há pessoas que confessam que vendem as frutas.
Pelo Parque podem ser encontradas colmeias de abelhas Europa. Na ilha que fica no meio do lago são encontrados em torno de 200 gansos, 30 patos e marrecos. Muitos filhotes dessas aves sofrem com o ataque de gaviões. Sem isso elas poderiam ser em maior número.
No lago são encontrados tucunaré, tilápia e carpa. Tem gente que diz que tem carpa com 20 Kg.
No Parque, também podemos encontrar vários restaurantes e bares.
O administrador do Parque da Cidade, Paulo Dubois, informou que só este semestre foram colocadas mais de 16 torneiras nas churrasqueiras, porque elas foram roubadas. Os  ladrões ainda levam a parte de cima das torneiras dos vestiários e banheiros. “ Acredito que  levam para vender”, diz  Dubois.
“ Retiramos em agosto os moradores de rua que  teimavam em morar no Parque. O Parque tem serviços, banho, frutas, espaço para dormir, mas não podemos permitir essas pessoas durante à noite. Durante o dia não podemos proibir  o ir e vir de pessoas,” chama a atenção  o administrador  do Parque.
E quanto os chuveiros frios, ele explica que não pode resolver o problema, pois para resolvê-lo só com caixas para regular o fluxo da água. Sem isso, o chuveiro quente queima. Essas caixas são proibidas devido o tombamento da área.
Questionado sobre o parque dos Pedalinhos e outras atrações que deveriam existir no local, o administrador  informa que está esperando a votação do PPCUB( Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília).” Não podemos passar por cima da lei , temos que discutir parcerias”, relata Paulo.
Quanto às festas, Paulo faz uma advertência: “Acabamos com as festas noturnas e estamos monitorando as do dia. Se alguém quer fazer festa, venha, peça autorização. Faça sua festa com segurança, dentro da legalidade. Estaremos abertos a conversar. Não vamos tolerar coisas feitas fora da lei.”

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