quarta-feira, 4 de abril de 2012

Implementando os direitos dos Idosos

Ricardo Quirino, titular da Secretaria Especial do Idoso  tem como missão resgatar a dignidade do idoso, quebrar o preconceito, fazer com que a os órgãos do governo e a sociedade atentem mais para a situação do idoso no Distrito Federal. Além disso, o olhar da secretaria é para promover ações para a efetivação dos direitos da pessoa idosa, combater a violência e maus–tratos contra o idoso, oferecer-lhes atividades esportivas, culturais e de lazer. É uma secretaria nova dentro do Governo do Distrito Federal, foi criada em agosto de 2011. Em entrevista ao Jornal DF Notícia fala dos programas, projetos e ações que estão sendo desenvolvidas pela sua equipe.

Os idosos hoje são diferentes de épocas passadas. Hoje são mais dinâmicos, sustentam a família, fazem ginástica, trabalham... O idoso do Distrito Federal está mais ou menos vulnerável?
Os de baixa renda estão mais vulneráveis, por que muitos não têm a dimensão dos seus direitos.  Mas no mundo, o idoso  nunca foi tratada com tanta responsabilidade.  De alguns para cá se acordou para o fato que a população está envelhecendo, o idoso está mais presente na vida em sociedade, mais inteirados das situações políticas. Então a função da secretaria é fazer esse resgate, afirmar as políticas voltadas para o idoso. Dizer para a sociedade que o idoso existe, é um cidadão que merece respeito, está na sociedade produzindo.
Uma das prioridades da secretaria é capacitar o idoso para o mercado de trabalho, aquele que por algum motivo quer retornar e aquele que quer ser inserido no mercado de trabalho. O papel do idoso mudou muito. Alguns continuam a sustentar a família com o rendimento que conseguiu. Trinta por cento dos idosos do DF constituem a figura central no sustento da família. O idoso tem vida social. A gente ver isso nos centros de atenção ao idoso.
Os idosos querem produzir são proativos, querem discutir a melhoria para a cidade onde moram. Eles são muito atuantes.
Quais são os projetos, programas da Secretaria?
Nós criamos dois tipos de programas que são o carro chefe da Secretaria. Um é a Caravana da Solidariedade. Esse projeto mês a mês  faz o mapeamento de regiões do DF e faz visitas, porta a porta. Para identificar problemas que estão ocultos do Estado. A gente sabe do trabalho da saúde, da Sedest, mas sempre há casos, como temos encontrado, que estão ocultos.. E tem a Secretaria Comunitária.

Como funciona a Secretaria Comunitária?
Vamos à cidade e damos encaminhamento às demandas com assistentes sociais, com o jurídico. Nós fazemos atendimentos psicológicos nas comunidades, atividades físicas, fazemos palestras, reunimos os idosos e nos deslocamos a vários locais, fazendo a integração de cidades, através de  eventos com grupos de várias cidades para discutir o envelhecimento.
Na Secretaria Comunitária o idoso tira dúvidas dos seus direitos, como a aposentadoria, o BPC. Damos encaminhamento para resolver problemas na área criminal, com familiares de idosos presos. Eles não sabem como proceder. E aí nos fomos atrás de parcerias. Conseguimos muitas parcerias.

Quais as parcerias?
Fizemos parcerias com a UDF para cursos de inclusão digital. A primeira turma formou 29 pessoas. Agora em abril vai se iniciar outra turma. Fizemos uma parceria com a Fundação Republicana Brasileira juntamente com o UniCeub também para cursos de inclusão digital, cursos de formação política, de línguas. A gente vai indicando idoso para esses cursos. Cursos de reciclagem. Fazemos parceria com alguns órgãos para visitas, passeios, temos parceria com o Sesc. Temos muitas outras.
Temos em vista a construção dos centros de idoso, em São Sebastião , Samambaia Sul , e reformar o centro de convivência no Núcleo Bandeirante.
A gente  busca aqueles centros que existem, neles estamos estruturando a parte funcional, criando programas de assistência de alfabetização. Lá no Varjão, por exemplo, estamos com um projeto modelo. Lá tem cursos de alfabetização, de inclusão digital, atendimento psicológico, atendimento jurídico, atividade física. Tem atividade de capoterapia, feita voluntariamente por um grupo. O senhor está animado e tem muitos planos.

Quais outras parcerias poderão ser realizadas?
Intensificar a Caravana da Solidariedade. Estamos conversando com a Secretaria de Esportes para um trabalho nos centros olímpicos para a comunidade, mas estamos trabalhando para um trabalho específico, num horário específico para o idoso. Estamos também trabalhando com cursos de extensão em alguma outra unidade e procurando parcerias com o Tribunal de Justiça. Eles têm um programa fantástico. De 15 em 15 dias um grupo de idosos vai ao tribunal assistir palestras. Além disso há outros tipos de  diversão. Estamos interessados nessa parceria.
Buscamos parceria com os programas Sociedade para Todas as Cidades. Escolas de Avós ,da Secretaria de Saúde. Os idosos se reúnem aos sábados em algumas escolas.
Estamos buscando fazer a Olimpíada da 3º Idade.  Os idosos frequentam  bastante os centros de convivência. Eles sabem da importância de se fazer exercícios físicos. E muitos dos eventos.  Na corrida de Reis foram 129 idosos participantes.

E a agenda para 2012?
No dia 15 de julho, é o dia Mundial de Combate à Violência Contra o Idoso. Vamos ter uma semana para ampliação os eventos. Vamos fazer de 5 a 10 de outubro, a Segunda Semana da Valorização do Idoso. Sessão solene  em 1º de outubro na Câmara Federal. Vamos fazer uma grande comemoração aqui no Nilson Nelson com oficinas.
Como o idoso pode entrar em contato com a secretaria para denunciar, para conversar, ou para propor alguma parceria?
Pode nos procurar pessoalmente ou pelo telefone 3326-2150. Pode entrar em contato através da nossa página na internet no www.idoso. gov. br. Temos a Ouvidoria que vai atendê-los. Ainda pode denunciar na delegacia mais próxima, no Conselho do Idoso, funciona na 114 Sul. Recebamos este mês na Secretaria do Idoso 60 denúncias de maus tratos,  que envolvem abandono, violência física.
Muitas vezes o idoso não denuncia?
Isso está nas pesquisas, o idoso não denuncia porque é o parente , é um ente querido. Tem o laço afetivo. No DF, 186 mil idosos, mas tem aqueles que estão em situação bastante vulnerável, aqueles das periferias que não têm acesso aos equipamentos públicos com facilidade.

Notamos que o senhor está bastante empenhado para fazer o melhor. É isso mesmo?Estou trabalhando no que gosto quando estava na Câmara dos Deputados, dediquei boa parte do mandato à defesa dos idosos, apresentei projeto de lei. Quando surgiu esta oportunidade, abracei. Quando se faz o que gosta, o resultado é bastante satisfatório.

Considerações finais:
Quero dizer para o idoso do Distrito Federal que hoje ele tem o órgão que é a secretaria. O governador mostrou ousadia, compromisso de criar a Secretaria Especial do Idoso que é a única secretaria de Estado em todo Brasil. Quero dizer para a população idosa que ela pode contar com a secretaria, ela tem uma referência, ela vai ser bem assistida,  vai ser protegida. A secretaria prima pela valorização do idoso. Nós temos trabalhado atendendo às denúncias, temos procurado estar bem próximos do idoso.

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