quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tratamento com dignidade

O Hospital de Apoio do Distrito Federal completou 18 anos, no dia 30 de março. O hospital tem um diferencial,  recebe pacientes referenciados pela rede para receber cuidados  paliativo e de reabilitação física. Além disso, faz a triagem neonatal fazendo o Teste do Pezinho. Pacientes e familiares são unânimes em afirmar que o tratamento dispensado a eles no hospital é muito diferente de toda a rede. Alguns até estranham e dizem que não podem pagar, mas recebem a informação de que tudo já foi pago através dos impostos que a população paga. O hospital não tem pronto -socorro.
Maria do Socorro Brito, aposentada, conheceu o hospital quando sua filha que estava com câncer preferiu ir para lá após saber que precisava de cuidados paliativos, e não queria ficar em casa, pois sentia muita dor. O câncer era incurável e ela estava em estágio terminal. “ Minha filha ficou lá mais de mês , morreu , mas foi tratada com dignidade, viveu com conforto, com tranquilidade. Toda equipe nos tratou bem , explicando dia a dia a evolução da doença. Tínhamos psicólogo, assistente social, médicos, enfermeiros o tempo todo nos dando apoio, nos ajudando a aceitar aquele momento. Minha filha todos os dias dizia que já estava no céu, ” ressalva Maria.
Nos cuidados paliativos, os pacientes que são  encaminhados para o hospital são oriundos basicamente do Hospital de Base, mas qualquer unidade outra do SUS pode encaminhar paciente afirma o diretor do hospital. “ São pacientes  que estão fora de possibilidades terapêuticas, com câncer terminal  e que têm direito a um final de vida digna.
Para Alexandre Lyra Lisboa,  o paciente e seus familiares recebem um tratamento humanizado, digno, por parte da equipe multidisciplinar constituída de médicos, enfermeiros, psicólogos, serviço social e nutricionistas. Todo pessoal do hospital é envolvido  nos cuidados ao paciente. Todos dão o melhor de si. Os pacientes e seus familiares são acolhidos e assistidos nas suas necessidades.
Quanto ao horário de visitas, o hospital adota critérios menos rígidos em relação a outras instituições. “ Se o parente não pode vir em determinado horário  porque trabalha, tem algum outro problema que o impeça vir no horário de visitas,a gente abre exceção” explica o diretor do Hospital de Apoio de Brasília.
Os acompanhantes dispõem de acomodações decentes para passar à noite. Muitos voluntários doaram cadeira equipamentos que ajudam no conforto oferecido pelo hospital. Outra obra do voluntariado, são as divisões entre os leitos num mesmo quarto que são feitas por cortinas. As enfermarias de todas as alas do hospital recebem nomes de pássaros e flores, têm televisão, banheiros, cuidados e limpos.
Existe ainda a capela onde os acompanhantes podem fazer suas orações e meditar. Quando os médicos consideram que o paciente está muito debilitado e está chegando sua hora, esse paciente é colocado numa enfermaria  sozinho para dividir  o momento com a família.Também    a Sala da Saudade que oferece um momento de despedida aos parentes e seu familiar que veio a óbito. E dentro do possíve,l procura-se atender  aos pedidos dos pacientes, como uma determinada comida,  e outras coisas. Paciente já se casou no hospital, outro levou para casa um cãozinho em substituição ao que havia perdido. Muitos pacientes após receber os cuidados paliativos vão para casa, pois em sua casa e juntos aos familiares eles melhoram.
Para dar suporte espiritual, grupos católicos, evangélicos, espíritas e de outras denominações levam conforto aos doentes e familiares. Muitos pacientes e familiares deixam cartinhas de agradecimento à equipe do hospital.
Medicina Física e Reabilitação

Os pacientes internados nessa ala são encaminhados por todos os hospitais da rede. São pacientes que têm lesão medular, tetraplégicos, paraplégicos, com sequelas  de AVC, acidentes automobilísticos, pacientes com seqüelas de outras patologias, também que debilitam; resultantes também de queda de cachoeira, de cavalo, de tiro.
Segundo  Alexandre Lyra , diretor da unidade, quando os pacientes chegam no hospital são avaliados por  uma equipe e se ficar na unidade recebe  treinamento multidisciplinar por parte de fisiatras, médicos clínicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais. “ Durante o tratamento, o paciente aprende a melhorar a qualidade de vida e assim é treinado a conviver com aquela sua limitação. Para fazer esse treinamento temos meios, como ginásio e piscina com hidroterapia”, salienta Alexandre.
Zoraíte Pereira, Vigilante, acompanha seu irmão que sofre com  sequelas de um AVC que o acometeu, há 9 anos. “ Ele já foi internado aqui três vezes e sempre melhora, mas a doença traz muitas consequências. Este hospital nem parece hospital público . Tudo funciona  numa perfeição, até as pessoas apresentam um semblante de paz”, assinala Zoraíte.
Já Marco Antônio Gonçalves , operador de máquinas , que foi vítima de um capotamento há cinco meses, se sente bem, acredita que cada dia está melhor  e que vai andar em breve.” O tratamento do Hospital de Apoio é de primeiro mundo. Recebo um atendimento de qualidade”, elogia.

Núcleo de Genética Médica

Esse núcleo é responsável pela triagem  neonatal do Teste do pezinho. Diagnostica, antecipando o mais breve possível o tratamento, se o resultado apontar alguma patologia , os familiares são orientados e é feito o encaminhamento para outras áreas.  
O Teste do Pezinho realizado no Distrito Federal tem um diferencial: enquanto a rede pública do país e os conveniados cobrem o teste simplificado, isto é cobrem somente 12 doenças,  Brasília faz  o teste ampliado, vinte e três   patologias são diagnosticadas por meio do teste.
“Temos equipamento de ponta, único na rede pública do Brasil. O exame é realizado entre 48 e 72 horas. Em caso de qualquer alteração, fazemos uma recoleta do material para um novo teste e se confirmada alguma patologia a equipe dá orientação  e encaminha a criança para tratamento, afirma o diretor Alexandre Lyra.











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