quarta-feira, 9 de novembro de 2011

População reclama de falta de informação sobre a bactéria Streptococcus pyogenes

Desde que a  Secretaria de Saúde do Distrito Federal   confirmou a morte de quatro pessoas neste ano por complicações provocadas pela bactéria Streptococcus pyogenes  cresce a apreensão das pessoas quanto a ação da bactéria. Muitas pessoas procuram se informar e até pedem que o governo realize campanhas esclarecedoras sobre o assunto.
Maria do Socorro de Almeida, merendeira, pede que o Governo faça orientação para que a população aprenda a forma de prevenção contra a bactéria.” Assim como eles fazem com a dengue , poderiam deixar folhetos nos postos de saúde sobre as bactérias. Nós mães poderíamos multiplicar essas informações com nossos filhos e vizinhos”.
O frentista Carlos Assunção não tem tempo de recorrer aos livros e acha que os governantes têm o dever de informar à população sobre essas doenças infecto contagiosas. “ Deveriam fazer folhetos com informações para as pessoas e distribuir em escolas, paradas de ônibus”.
Sócrates Souza Ornelas, mestre em patologia e diretor do Curso Méson Pi explica que a Streptococcus pyogenes é uma bactéria encontrada aproximadamente em 20% da população de forma assintomática. Isso quer dizer que há pessoas que apresentam a bactéria e não manifesta nenhuma doença. “ Essa bactéria assim como as demais estão circulante no meio ambiente. E as formas de prevenção se faz com a adoção de medidas de higiene, como lavar as mão, consumir alimentos de fontes confiáveis e medidas de vida saudável”, esclarece Sócrates. Também alerta que doenças provocadas pela bactéria  estão relacionadas com o sistema imunológico.
Para Sócrates o preocupante é se a bactéria  ficar resistente aos antibióticos que dispomos e aparecer mais casos.” Isso significará que a bactéria está ganhando a guerra contra os seres humanos”, ressalta. Mas diante do quadro apresentado, tudo está normal. Lembra que se apresentar casos em que a bactéria seja resistente aos medicamentos disponíveis, o Serviço de Vigilância Sanitária será acionado para evitar que a bactéria se alastre. “ Nos hospitais devem usar medidas de controle, como o descarte de material, esterilização correto do material utilizado, a profilaxia das pessoas que estão trabalhando. Essas medidas são importantes e muitas vezes são negligenciadas”, afirma.
Apesar do quarto caso confirmado em 60 dias, a Secretaria de Saúde insiste que não existe surto da bactéria.
Em 2010, as autoridades de Brasília tinham estabelecido uma situação similar de alerta sanitário após confirmar um surto da bactéria Klebsiella Pneumoniae carbapenemase (KPC), que causou 22 mortes em dez meses.
Para a infectologista Eliana Bicudo a Streptococcus pygenes ao invadir o organismo ,  libera uma enzima que permite que ela, bactéria caia na corrente sanguínea ou invada tecidos inflamados e vá causar pus e em consequência inflamação intensa. “ A invasão das enzimas e da Streptococcus causam várias lesões, como lesão renal e até febre reumática.Por si só essa bactéria convive muito bem com a gente. O bom é que hoje estamos fazendo diagnóstico, estamos fazendo hemocultura e isolando a bactéria”, avalia a médica.
De acordo com a infectologista, o primeiro sinal de infecção, febre alta  entre 39 e 40 graus, a pessoa deve procurar um médico. Principalmente hoje, com este clima frio que favorece a disseminação de doenças virais, deve-se lavar bem as mãos várias vezes ao dia  e evitar levar bactérias para dentro da boca e  vírus. “Se uma pessoa estiver gripada,há chance de uma bactéria causar pneumonia porque ela está na flora livremente e o sistema imunológico da pessoa está lutando contra o vírus da gripe. A bactéria que está na garganta vai invadir, pois os tecidos da mesma estão inflamados e  vai causar pus. Isso é uma situação de risco”,  adverte.
As cepas das bactérias foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz para saber se as Stretreptococcus encontradas  no Distrito Federal possuem enzimas diferentes das já conhecidas.
A Secretaria de Saúde informa em nota: que os hospitais públicos e os particulares estão capacitados a fazer o exame que identificam a Streptococcus pyogenes. O que está ocorrendo nos hospitais particulares é que eles estão realizando um teste rápido, na orofaringe, cujo resultado dá positivo para a bactéria em cerca de 5 a 15% das pessoas. O que não significa o desenvolvimento da doença. Mas, o fato está criando confusão, alarme falso. O correto é fazer a Hemocultura, para determinar o tipo  de bactéria streptococcus;  A Secretaria de Saúde do DF trabalha com notas técnicas nº 12 e 13 e uma nota de orientação à população disponibilizada no site da secretaria; As condutas já foram adotas e são definidas pelas notas técnicas. Não há motivo de alerta. Até agora foram confirmados quatro óbitos causados pela bactéria, casos isolados, de pessoas sem nenhum contato; A prevenção é feita com medidas de higiene. Os sintomas são parecidos com os da gripe,, febre, dor e sintomas gripais, dispnéia, que devem ser investigados se persistirem ou houver dúvida; Estão sendo investigados quatro óbitos que ainda não têm a causa; A Divep (órgão responsável pelas ações de vigilância epidemiológica) esclarece à população que não há motivo para alarme. A doença está sob controle e a melhor forma de prevenção continua sendo as medidas de higiene.

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