sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Amor Exigente: regras e limites com serenidade, coragem e sabedoria


Diariamente centenas de crianças e jovens  são atraídos para experimentar o fumo, a cocaína, o álcool e o crack. E a constência desse comportamento traz uma série de conseqüências para a família, como desestruturação e destruição do grupo familiar, repetição na escola, fuga de casa, desrespeito, violência, falta de motivação, abuso verbal, envolvimento com a polícia.

Com o objetivo de prevenir  e trabalhar contra as drogas, surgiu no Brasil, em 1985, o Programa Amor Exigente, por iniciativa do Pe. Haroldo J. Rahm, SJ um jesuíta texano, naturalizado brasileiro. Em 1987, Mara Sílvia C. de Menezes adaptou o programa ao contexto brasileiro e lançou várias edições do livro que se tornou leitura obrigatória para famílias que conhecem o grupo.

 Através de voluntariado, o Programa Amor Exigente, tem a proposta de desestimular a experimentação, o uso ou abuso do fumo, álcool e outras drogas, assim como lutar contra tudo o que torna os jovens vulneráveis, expostos à violência, ao crime, aos acidentes de transito e à corrupção em todas as suas formas.

A proposta  é um guia que na prática melhorar a maneira de viver e de administrar a convivência entre os seres humanos, com amor e disciplina, resgatando, pouco a pouco, o respeito, os valores morais e a espiritualidade, atualmente muito confundidos pela sociedade. É uma nova abordagem que enfatiza a mudança de comportamento de pais, professores, pedagogos, terapeutas, orientadores e voluntários em relação a jovens com problemas.

Nos grupos de Amor Exigente os pais percebem que abriram mão de suas vidas para viver a vida dos filhos. Eles precisam rever seus conceitos, modificar os seus hábitos, comportamento e estabelecer limites para si mesmo e para os seus filhos.
Quando os pais conseguem resgatar a sua auto-estima, sentem-se fortalecidos para chegar para o filho problema e dizer: “meu filho, te amamos muito, mas não vamos mais aceitar o teu comportamento inadequado”. A partir deste momento, os pais estarão mudando as regras de um jogo onde somente eles estavam perdendo. É onde regras e limites começaram a ser impostos com muita serenidade, coragem e sabedoria.


Os grupos de apoio de Amor Exigente são grupos de ação e não de consolação. Não são grupos terapêuticos e nem políticos ou religiosos. Neles são discutidos, semanalmente, a orientação para as situações apresentadas, bem como o acompanhamento do é  sugerido a cada membro. Os membros também traçam suas metas, que deverão ser analisadas individualmente e seguidas, dentro dos limites de cada um, para que haja uma verdadeira mudança interior e do contexto familiar e/ou escolar, através de adequadas tomadas de atitudes.

Existem grupos de Amor Exigente em 26 países, sendo que no Chile, na Colômbia e na Argentina é seguido o modelo brasileiro. No Brasil, é uma organização não governamental, representada por cerca de 1.000 grupos, em 21 estados, atendendo a cerca de 100 mil pessoas semanalmente.

Uma frase muito usada pela proposta resume a urgência da união de todos para entrarmos nessa luta até então desigual: "Ninguém põe a mão em um vespeiro, mas qualquer um pode matar uma vespa. Sozinhos estamos perdidos; em comunidade encontramos a força".

Pais reconhecem que é preciso lutar contra as drogas. Não é uma luta contra o traficante, mas contra o uso do produto que eles vendem. É uma luta de mercado e a função é diminuir a demanda; não para prejudicar os adversários, mas para salvar os jovens e as famílias.

Todos  sabem onde traficantes atuam - eles estão em todos os lugares e penetram nos lares através do telefone e de "amigos".

Para a professor André Veiga, muitos não enxergam que familiares estão envolvidos com drogas por medo. “A dificuldade  é reconhecer o uso entre os membros de nossa família ou de nossa escola. Todos nós conhecemos os sinais: o jovem mostra-se ora inquieto, ora deprimido, revoltado sempre. Na escola o aproveitamento decresce. Freqüenta bares e lanchonetes, e muda de amigos. Não há dinheiro que chegue. Pode começar a sumir coisas de casa e folhas de nossos talões de cheque, de preferência as do meio do talão. Trocam o dia pela noite ou deitam de madrugada e levantam ao meio dia”, alerta o professor que vi além: “ muitos conseguem manter um uso moderado anos a fio, conseguindo avançar nos estudos e até passando no vestibular, o que prejudica o reconhecimento do uso. Eles nos driblam, pais e professores. Contudo as conseqüências danosas aparecem mais cedo ou mais tarde e todos nós saímos perdendo.”

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