quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Vida em forma de Ômega 3

Os Ômega 3 são ácidos gordurosos poliinsaturados – que em outras palavras podem ser denominados gorduras “boas”. O Ômega 3 pode ser classificado em duas diferentes famílias, que apresentam ações diferentes no organismo. Plantas e vegetais produzem AAL (Ácido Alfa Linolênico), enquanto os peixes são responsáveis pelo DHA (Ácido Docosahexaenóico) e pelo EPA Ácido Eicosapentanóico. Estudos mostram que ambos têm um efeito protetor para a saúde do coração e são importantes para a função e o desenvolvimento de cérebro.
A ingestão de alimentos ricos em Ômega 3 – como peixe, frango e nozes – pode estar associada a níveis menores da proteína beta-amiloide, relacionada a problemas de memória e ao Alzheimer, segundo um novo estudo publicado em 2012 na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
O estudo constatou que quanto maior o nível de Ômega 3, menor o de beta-amiloide. Alguns cientistas acreditam que o acúmulo da beta-amiloide é tóxico aos neurônios causando a morte cerebral.
Os benefícios do Ômega 3 para a saúde são inúmeros, mas foi no quesito emagrecimento que esse óleo começou a chamar a atenção. Uma pesquisa realizada na Universidade de Navarra, na Espanha, mostrou que a ingestão de Ômega 3 auxiliou na eliminação dos quilos extras de 32 pessoas. Além da perda de peso, o estudo apontou que o consumo regular de salmão é capaz de reduzir a pressão arterial e equilibrar a pressão alta.
Mas o que pode ser feito para aumentar o consumo deste composto? De acordo com a farmacêutica da Farmacotécnica, Naira Nunes, o Ômega 3 apresenta maior concentração em folhas de coloração verde-escura, cereais e leguminosas,  e em peixes de origem marinha, principalmente os de regiões onde a água é fria e os que vivem em uma zona mais profunda.
Para a especialista, o problema é que o brasileiro está culturalmente pouco habituado a consumir peixe na quantidade indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12 quilos por ano, ou pouco mais de 30 gramas por dia. “Atualmente, temos opções como o óleo de peixe em cápsulas, fontes riquíssimas de Ômega 3 e que suprem a nossa carência da gordura”, sugere.
A farmacêutica conta que os cientistas começaram a interessar-se mais pelo Ômega 3 ao observarem uma incidência curiosamente baixa de doenças cardiovasculares entre os esquimós da Groenlândia, apesar de sua alimentação conter alto teor de gordura. “A alimentação dos esquimós consistia em peixes ricos em ácidos graxos Ômega 3. Este foi o ponto de partida para maiores estudos sobre a importância do óleo para a saúde humana”, relata Naira Nunes.
Entre os tantos benefícios pesquisados, um estudo publicado recente, também na revista Neurology, sugere que pessoas que seguem uma dieta deficiente em de Ômega 3, nutriente comumente encontrado em peixes, linhaça e castanha podem sofrer antecipadamente com o processo natural de envelhecimento do cérebro.
Elas, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, são acometidas mais cedo por problemas como a perda de memória e o declínio de habilidades cognitivas.
Para chegar a tais resultados, foram analisados 1.575 homens e mulheres entre 67 e 76 anos que não apresentavam nenhum sinal de demência. Os participantes fizeram ressonância magnética no cérebro, além de testes que mediram a função mental, a massa corporal e os níveis de Ômega 3 nas células do sangue.
Ao final dos testes, o grupo de pessoas que apresentou os menores índices de Ômega 3 tinha 25% menos quantidade do nutriente no sangue do que o grupo que demonstrou maior presença do ácido graxo. Esses indivíduos com menos Ômega 3 no sangue demonstraram menor volume cerebral nas ressonâncias magnética e resultados inferiores dos testes de memória visual e função executiva do cérebro, como resolução de problemas e capacidade de pensar em várias coisas ao mesmo tempo.

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